A indústria da moda está a mudar rapidamente, e os últimos anos têm mostrado o quão desafiante é para as marcas de vestuário se adaptarem a essas mudanças. De acordo com o BoF-Mckinsey State of Fashion Survey, este ano uma das preocupações e desafios mais difícieis para os executivos da indústria da moda é a “necessidade de alcançar maior sustentabilidade e transparência”.
Após a proibição das palhinhas de plástico e a má publicidade sobre a Burberry em 2018, não será uma surpresa ver a “slow fashion” ganhar força em 2019. Retalhistas de todos os tamanhos estão a ser responsabilizados a produzir roupas de qualidade que sejam ambiental e socialmente responsáveis. E não são os governos ou os líderes do setor que estão a comandar esta procura – são os consumidores.
A sustentabilidade e a transparência na produção e processamento de têxteis e vestuário evoluiu de um movimento social pequeno para uma característica transformadora nos negócios que lançaram empresas para o sucesso e para a conquista da avaliação dos consumidores. Apela aos valores do ecologicamente consciente, aos que se preocupam com a justiça social, e a uma crescente geração de individualistas.
Preocupações ambientais ocupam o centro das atenções
Embora nem todas as marcas possam acompanhar o nível das grandes empresas no compromisso das causas ambientais (como a Patagonia, cujo CEO anunciou que iriam doar mais de 10 milhões no ano passado), marcas que trabalham para minimizar o impacto ambiental dos seus produtos poderão ganhar a admiração dos consumidores amigos do ambiente (eco-friendly).
No ano passado, líderes do setor tomaram uma posição com a Fashion Industry Charter for Climate Action, que se centra no objetivo de emissão zero até 2050. Empresas frequentemente criticaram a sua rápida produção low-cost que contribui para os 10.5 milhões de toneladas de têxteis nos aterros, tal como a H&M e a Target que estavam no topo da tabela, e marcas como a Levis Strauss&Co. que se tem preocupado com o impacto ambiental há anos.
Exigida responsabilidade social desde o campo até à fábrica e até à loja
O colapso da fábrica Rana Plaza no Bangladesh que matou mais de 1100 pessoas foi devastador e revelador para os consumidores de moda. A catástrofe provocou a Campanha Revolução da Moda e a abertura de sites que classificam a sustentabilidade da moda, como o Good on You que se preocupam em tornar a moda uma indústria segura, limpa e justa.
Os consumidores com consciência social estão à procura de marcas que não escondem onde os seus produtos são produzidos e quem os cria. Retalhistas como a Everlane construíram a sua marca em torno da transparência social, e a Adidas e a H&M foram elogiadas por divulgar os nomes e endereços dos seus fabricantes, subcontratantes e fornecedores de tecidos.
Geração de individualistas toma o controlo do mercado jovem
A geração Z é inegavelmente um grupo de jovens distinto dos Millennials. Querem que as marcas façam mais que apenas publicitar. Querem encontrar valor numa marca e que essa marca acrescente valor à sua identidade individual.
“Quer seja o seu hobbie, penteado ou gênero, os Zs estão a cultivar um nicho cada vez maior de identidades e interesses… Aliás, segundo a nossa pesquisa, 63% da Gen Zs diz preferir “ser estranho e sobressair” que “popular e enquadrado”, Archrival, uma agência de marketing para jovens, escreveu na sua última publicação sobre a Gen Z.
Para muitos Gen Zs, destacar-se significa vestir roupas que mais nenhum dos seus amigos terá: seja uma marca exclusiva que encontraram online ou uma loja de roupas em segunda mão. Independentemente do seu estilo, a Gen Z é mais provável que gravite em direção às tendências de moda sustentável do que a produzida em massa – “todos têm uma” – fast fashion.
Enquanto os maiores momentos da moda em 2019 ainda estão por vir, uma coisa é certa: ganhos para as marcas de moda que desenvolvem processos mais transparentes e amigos do ambiente podem ser melhores que nunca.
Fonte: K3 Business Technologies